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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Hoje eu to Bem...






Quando estou triste, entendo melhor a alegria. Quando estou alegre, entendo melhor a tristeza. Estou muito, muito satisfeita com a minha vida de visões turvas! Karen disse que o melhor desembaçador de olhos é ter esperança. E eu acredito, tenho muita fé, até. E enquanto repito para eu mesma que creio no que ela diz, começo a notar que há passarinhos nas árvores do jardim. É a primeira vez que os noto.

[Noemyr Gonçalves]

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Ser Adulto
(Arnaldo Jabour)

Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim.
Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa:
- Ah, terminei o namoro…
- Nossa, quanto tempo?
- Cinco anos… Mas não deu certo… Acabou.
- É, não deu…
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou.
E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.
Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro.
E não temos esta coisa completa.
Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é malhada, mas não é sensível.
Tudo nós não temos.
Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro.
Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia.
E as vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona…
Acho que o beijo é importante…e se o beijo bate…se joga…senão bate…mais um Martini, por favor…e vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra.
O outro tem o direito de não te querer.
Não lute, não ligue, não dê pití.
Se a pessoa tá com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não.
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto.
Ele titubeia, tem dúvidas e medos mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta.
Nada de drama.
Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família?
O legal é alguém que está com você por você.
E vice versa.
Não fique com alguém por dó também.
Ou por medo da solidão.
Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado.
E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro.
Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?
Gostar dói.
Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração.
Faz parte. Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo.
E nem sempre as coisas saem como você quer…
A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta.
Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.
Na vida e no amor, não temos garantias.
E nem todo sexo bom é para namorar.
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar.
Nem todo beijo é para romancear.
Nem todo sexo bom é para descartar. Ou se apaixonar. Ou se culpar.
Enfim… Quem disse que ser adulto é fácil?

Literalmente outra

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"Eu devo reconhecer que ninguém me conhece.
Não realmente.
Os que mais sabem não sabem da metade.
Não deixo todos os segredos escaparem de mim, não mesmo.
Uma delicadeza com os outros, eu diria, pois não quero assustar as pessoas com meu passado. Em especial aquelas que continuaram gostando de mim após o pouco que souberam.
Mesmo porque aquela, que fez aquilo, nao está mais aqui.
Eu sou literalmente outra."
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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Não ouse me dar de natal...

1- Vale Cd.
2- Vale DVD.
3- Vale tudo.
4- Caixa de sabonetes.
5- Caixa de lenços.
6- Panetone (nem na lata colorida).
7- Panos de prato com os dias da semana bordados (nem em inglês).
8- Cesta básica (nem aquelas com caviar, nem com nozes e nem com Proseco).
9- Qualquer bijouteria ou algo em prata.
10- Almanaque Pensamento.
11- Calendário personalizado.
12- Vela perfumada (só se for a tigrada da Dior).
13- Porta retrato com foto minha e do presenteador.
14- Camiseta de Réveillon escrito “Feliz 2011”. Nem em dourado, nem em prateado.
15- Um filhote de qualquer coisa (adoro os animais livres).
16- Cueca amarela para prosperar no ano seguinte.
17- Capinha cuti-cuti para celular.
18- Cd de natal (de qualquer cantor… nem se a Bjork gravar cantigas de natal naquela língua dela).
19- Não me dê plantas, só orquídeas.
20- Nada no tamanho M. Não estou grávido. Me dê tamanho P.
21- Duendes, poneis, ninfas, fadinhas, salamandras, sacis, caiporas e mulinhas sem cabeça.
22- Não quero figas. De nenhum tamanho.
23- Nenhum daqueles hidratantes de pêra que o povo compra na volta de viagens internacionais.
24- Agendas. Não me venham com agendas.
25- Vinho de R$ 20,00 para ajudar na ceia!!

Então é assim a vida!!!!

Olá pessoas!
É bem gostoso, vc olhar para trás e ver uma vida divertida, bem aproveitada, que foi da mais doce Cidra ao mais saboroso champanhe.A vida inteira, foi uma busca louca pela risada e pelo prazer.Ri nos melhores períodos e ri também nos mais amargos…Às vezes, quando um dia era difícil, eu dormia, jurando renascer e tornar o outro dia melhor.Sempre acreditei no dia seguinte. Sempre adorei acordar. Sempre amei as segundas feiras e as ressacas de domingo.Sempre amei o natal, a páscoa e o ano novo…festas, datas, trabalho, vida.Onde existe movimento, lá estava eu.Nunca liguei muito para ganhar ou perder, o importante é sentir a vida em pleno movimento, aquela sensação de não deixar nenhuma página em branco.Preencher todas as lacunas, ocupar todos os cantos, deixar respirar todos os poros.Sofrer de amor, se dar bem no amor, apanhar, bater, empatar, tropeçar, cair…todos estes verbos de ação.Me sinto feliz. Me sinto pleno.Nada me derruba!Pois mesmo caindo, tenho fé no guindaste da esperança.me agarro na vida. como um amante apaixonado.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

FRASES DE CLARICE LISPECTOR

Não se preocupe em "entender". Viver ultrapassa todo entendimento.

Renda-se, como eu me rendi.
Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei.
Eu sou uma pergunta.

O jogo de dados de um destino é irracional ? É impiedoso.
Sobre um livro que lhe emprestaram quando era criança...
Chegando em casa não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter.

Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com seu amante.

Acho que o processo criador de um pintor e do escritor são da mesma fonte. O texto deve se exprimir através de imagens e as imagens são feitas de luz, cores, figuras, perspectivas, volumes, sensações.

Estou tentando abrir um túnel na rocha bruta. Eu sei, sei que é penoso. Mas qual é a busca que em si mesma não traga sua pena?

Se uma pessoa perguntar durante meia hora a palavra 'eu', essa pessoa se esquece quem é. Outras podem enlouquecer. É mais seguro não fazer jamais perguntas - porque nunca se atinge o âmago de uma resposta. E porque a resposta traz em si outra pergunta.

FRASES DE CLARICE LISPECTOR
Não se preocupe em "entender". Viver ultrapassa todo entendimento.
Renda-se, como eu me rendi.
Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei.
Eu sou uma pergunta.
O jogo de dados de um destino é irracional ? É impiedoso.
Sobre um livro que lhe emprestaram quando era criança...
Chegando em casa não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter.
Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com seu amante.
Acho que o processo criador de um pintor e do escritor são da mesma fonte. O texto deve se exprimir através de imagens e as imagens são feitas de luz, cores, figuras, perspectivas, volumes, sensações.
Estou tentando abrir um túnel na rocha bruta. Eu sei, sei que é penoso. Mas qual é a busca que em si mesma não traga sua pena?
Se uma pessoa perguntar durante meia hora a palavra 'eu', essa pessoa se esquece quem é. Outras podem enlouquecer. É mais seguro não fazer jamais perguntas - porque nunca se atinge o âmago de uma resposta. E porque a resposta traz em si outra pergunta.
Quero pintar uma tela branca. Como se faz? É a coisa mais difícil do mundo. A nudez. O número zero. Como atingi-los? Só chegando, suponho, ao núcleo último da pessoa.
...A vida é curta demais para eu ler todo o grosso dicionário a fim de por acaso descobrir a palavra salvadora.
Me justificar mais do que a vida? No mundo das coisas, quando sei que elas vão acabar, começo a fruí-las. Tenho medo de estar viva.
O mundo inteiro teme a própria vida. A morte é coisa que não é nossa. Mas a vida, a vida é, e eu morro de medo de respirar.
Uma vez irei. Uma vez irei sozinha, sem minha alma desta vez. O espírito, eu o terei entregue à família e aos amigos, com recomendações. Não será difícil cuidar dele, exige pouco, às vezes se alimenta com jornais mesmo. Não será difícil levá-lo ao cinema, quando se vai. Minha alma eu a deixarei, qualquer animal a abrigará: serão férias em outra paisagem, olhando através de qualquer janela dita da alma, qualquer janela de olhos de gato ou de cão. De tigre, eu preferiria...
Não é fácil escrever. É duro quebrar rochas. Mas voam faíscas e lascas como aços espelhados.
Mas já que se há de escrever, que ao menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas.
Minha liberdade é escrever. A palavra é o meu domínio sobre o mundo.
Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando...
A vida é igual em toda a parte e o que é necessário é a gente ser a gente.
Como é ruim ser paciente, como eu tenho medo de ser uma "escritora" bem instalada, como eu tenho medo de usar minhas próprias palavras, de me explorar...
Fiquei com vontade de chorar mas felizmente não chorei, porque quando choro fico tão consolada...
Não se pode falar de silêncio como se fala de neve. Não se pode dizer a ninguém como se diria da neve: Sentiu o silêncio desta noite ? Quem ouviu não diz.
Tenho que falar pois falar salva. Mas não tenho uma só palavra a dizer.
Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: pelo menos entender que não entendo.
Há três coisas para as quais nasci e para as quais eu dou minha vida. Nasci para amar os outros, nasci para escrever, e nasci para criar meus filhos.
Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca.
Sou brasileira naturalizada, quando, por uma questão de meses, poderia ser brasileira nata. Fiz da língua portuguesa a minha vida interior, o meu pensamento mais íntimo, usei-a para palavras de amor. Comecei a escrever pequenos contos logo que me alfabetizaram, e escrevi-os em português, é claro. Criei-me em Recife.
O ato criador é perigoso", disse numa entrevista, "porque a gente pode ir e não voltar mais. Todo artista sofre um grande risco. Até de loucura.
Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada.
...A vida é curta demais para eu ler todo o grosso dicionário a fim de por acaso descobrir a palavra salvadora.

Me justificar mais do que a vida? No mundo das coisas, quando sei que elas vão acabar, começo a fruí-las. Tenho medo de estar viva.

O mundo inteiro teme a própria vida. A morte é coisa que não é nossa. Mas a vida, a vida é, e eu morro de medo de respirar.

Uma vez irei. Uma vez irei sozinha, sem minha alma desta vez. O espírito, eu o terei entregue à família e aos amigos, com recomendações. Não será difícil cuidar dele, exige pouco, às vezes se alimenta com jornais mesmo. Não será difícil levá-lo ao cinema, quando se vai. Minha alma eu a deixarei, qualquer animal a abrigará: serão férias em outra paisagem, olhando através de qualquer janela dita da alma, qualquer janela de olhos de gato ou de cão. De tigre, eu preferiria...

Não é fácil escrever. É duro quebrar rochas. Mas voam faíscas e lascas como aços espelhados.

Mas já que se há de escrever, que ao menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas.

Minha liberdade é escrever. A palavra é o meu domínio sobre o mundo.

Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando...

A vida é igual em toda a parte e o que é necessário é a gente ser a gente.

Como é ruim ser paciente, como eu tenho medo de ser uma "escritora" bem instalada, como eu tenho medo de usar minhas próprias palavras, de me explorar...

Fiquei com vontade de chorar mas felizmente não chorei, porque quando choro fico tão consolada...

Não se pode falar de silêncio como se fala de neve. Não se pode dizer a ninguém como se diria da neve: Sentiu o silêncio desta noite ? Quem ouviu não diz.

Tenho que falar pois falar salva. Mas não tenho uma só palavra a dizer.

Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: pelo menos entender que não entendo.

Há três coisas para as quais nasci e para as quais eu dou minha vida. Nasci para amar os outros, nasci para escrever, e nasci para criar meus filhos.

Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca.

Sou brasileira naturalizada, quando, por uma questão de meses, poderia ser brasileira nata. Fiz da língua portuguesa a minha vida interior, o meu pensamento mais íntimo, usei-a para palavras de amor. Comecei a escrever pequenos contos logo que me alfabetizaram, e escrevi-os em português, é claro. Criei-me em Recife.

O ato criador é perigoso", disse numa entrevista, "porque a gente pode ir e não voltar mais. Todo artista sofre um grande risco. Até de loucura.

Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada.

Eu dona de mim e pronta...

Eu senhora dos meus atos
Atos que revelam que sou cidadã do mundo.
Do mundo não conheci, protegida estando...
Protegida dentro do casulo do amor.
Amor que me poupou, que me guardou da vida.
Mas pra essa vida eu hoje corro pros braços,
Braços que me puxam e vão me apresentar a este mundo...
Mundo de verdade
Verdade que estou pronta pra abraçar.